O Pentágono não tem nenhum escrúpulo em transferir alguns jihadistas para outros países e em exterminar aqueles que restam. Mas a Alemanha e a França não conseguem romper a sua aliança e vêem-se, portanto, forçadas a manter os sobreviventes em Idlib. Está fora de questão dar-lhes refúgio na Europa, como foi o caso com os “harkis” argelinos, primeiro porque são muito numerosos e, em seguida, tendo em vista os bárbaros que se tornaram —e continuam a ser— culpados. Berlim e Paris não sabem mais o que fazer a propósito.
Síria: Vitória final em Al-Baghouz não será o fim do Estado Islâmico
A OTAN lançou uma campanha de imprensa a propósito da batalha de al-Baghouz Fawqani. Trata-se de encenar a derrota dos “últimos jihadistas” com os avanços das Forças Democráticas da Síria —FDS (‘força árabe-curda’) — e de justificar, assim, o fim das operações militares da Coligação Internacional anti-Daesh. Teatraliza-se o papel dos túneis escavados pelos jihadistas e civis que servem de escudos humanos. Todos estes elementos são exatos, mas deviam aplicar-se de maneira idêntica aos grupos jihadistas da Al-Qaeda e Daesh (Estado Islâmico) vencidos pela Coligação sírio-irão-russa.
Como já foi demonstrado, a coalizão Anti-Estado Islâmico não combateu, até data recente, contra o Daesh, antes, pelo contrário, o apoiou. Foi, aliás, contra isso que o Coronel François-Régis Legrier se insurgiu na “Revue de la Défense Nationale”, para grande desgosto do Ministério francês da Defesa [1]. Por outro lado, inúmeros combatentes do Califado foram incorporados nas FDS.
Permanecem na Síria várias bolsões do Estado Islâmico, nomeadamente em Al-Mayadeen (sudeste de Deir ez-Zor). Acima de tudo, a maior parte dos jihadistas abandonou as cidades sírias em troca de um livre-passagem para a província de Idlib, onde se reagruparam. Cerca de 2 milhões de pessoas estão prisioneiras dos jihadistas nesta zona, que fica entre o resto da Síria e a Turquia, sem acesso ao mar.
Cada grupo jihadista controla as suas cidades e aldeias, sem que aí exista qualquer autoridade regional. Quase todos prestam reverência à Al-Qaeda. De um modo geral, a Xaria é a lei que é aplicada nesses lugares onde se instalam. A moeda local é a lira turca, porque o exército turco protege este território. A zona vive apenas de falsificações vendidas na Europa pela máfia turca. Ela não é auto-suficiente em matéria alimentar, e não tem água corrente ou eletricidade. As pessoas são alimentadas e cuidadas por ONGs ocidentais, na prática às custas dos governos alemão e francês.
A queda de al-Baghouz Fawqani não resolverá nada. Claro, os Estados Unidos renunciaram a criar um Estado terrorista e o Califado caiu, mas não é essa a questão: os jihadistas mudam constantemente de bandeira, conforme os seus patrocinadores, mas não de ideologia. Depois de ter, deliberadamente, promovido o terrorismo islâmico, a OTAN não consegue —ou não desejando— reduzi-lo.
De acordo com a mídia estatal da Síria, no sul do país foram descobertos grandes depósitos de armamento do Estado Islâmico, contendo armas e munições de produção estadunidense.
Forças de Damasco mísseis antitanque de produção americana em armazém terrorista
Via: Sputnik News
As autoridades sírias alegadamente encontraram munições e armas americanas, incluindo mísseis antitanque TOW quando procuravam antigas posições terroristas no sul do país, informou a agência síria SANA.
Enquanto a localização certa da descoberta não foi revelada, muito provavelmente o achado aconteceu na província de As-Suwayda, onde as forças sírias recentemente eliminaram um dos poucos restantes bastiões do Estado Islâmico.
(Tubo Lançador Oticamente Guiado por Fio) são os principais armamentos antitanque dos EUA. O sistema consiste em um tripé ou um tubo montado em um veículo, que lança um míssil a uma distância de mais de três quilômetros.
Não é a primeira vez que armas fabricadas nos EUA são encontradas em armazéns de terroristas na Síria. Em fevereiro, armas de produção americana e israelense foram descobertas perto de Damasco. No início de janeiro, o mesmo aconteceu nos territórios libertados dos terroristas na província de Daraa. Em dezembro de 2018, foram descobertas armas americanas nas províncias de Daraa e Quneitra.
Fonte: Oriente Mídia
Originalmente postado em: Rede Voltaire
