Muitas pessoas (“tradicionalistas” em especial) gostam de reproduzir citações como a passagem inicial do Bhagava-Gita em que Arjuna diz que “é preciso seguir as leis da religião, não podemos matar nossa própria família, virá prole indesejada etc”. Mas parecem ignorar completamente que esta passagem descreve a “fraqueza” de Arjuna, então tomado de angústia entre os dois exércitos, seu arco escorregando da mão. A resposta de Krishna é justamente algo como: “Para o inferno com essas leis! Eu, Deus, estou mandando trucidar seus primos, tios e amigos”, que representam algo como o Anti-Dharma. Mas como “Anti-Dharma”? Duryodhana, o antagonista, é o primogênito do rei, e seria ele, pela lei religiosa, o legítimo sucessor. Ora, seu pai, o rei, é um rei cego (nascido cego, o que diz muito simbolicamente). E conta-se que muitos sábios viram o demônio Kali (que nomeia o Yuga, não confundir com a divindade feminina com esse nome, embora a associação seja parcialmente correta) descendo à terra para encarnar como Duryodhana.
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Assim, temos um fenômeno de importância central descrito simbolicamente: o “mal” (que vem para destruir a religião) utiliza a forma externa do “bem”; ele se inocula nas famílias nobres, no sangue real, fazendo uso justamente da proteção que lhe dão as “leis”, a “moral”, os “costumes”. Um Conservador estaria ao lado de Duryodhana. É similar ao mecanismo que gera os simulacros da Modernidade (simulacros de “Família”, de “Estado”, de “Monarquia” etc), de que sempre falo.
O Bhagavad-Gita é um elogio às leis tradicionais, mas também um aviso para que não nos apeguemos a elas como fins em si mesmos, para que não nos apeguemos demasiado à face externa do Dharma, ao corpo rígido da Lei e do Costume. Krishna ataca muitas vezes os “ortodoxos” que ficam repetindo os ritos e mantras apenas mecanicamente. Enfim… Não era a “Monarquia” aquilo pelo qual Arjuna estava lutando, nem a “Nação”, nem a “Família”… mas pelo princípio fundamental de tudo isso: Deus, que dirigia sua quadriga, e que lhe falava diretamente, com palavras claras, ao coração. O Bhagavad-Gita nos ensina que em certos momentos a defesa da Religião, do Dharma, dos princípios religiosos, se dá destroçando as leis, os costumes e as instituições que, apesar do verniz tradicional, já foram tomados pelo Inimigo.
Fonte: Médium
Publicado originalmente em 18 de junho de 2020
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