Israel se opõe à decisão do TPI de investigar crimes de guerra em território palestino

Nesta sexta-feira (5), o tribunal internacional declarou que a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza estão sob sua jurisdição.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou o Tribunal Penal Internacional (TPI) de ser “um órgão político e não uma instituição judicial” por autorizar investigação de crimes cometidos em territórios palestinos pelas forças israelenses. As últimas utilizariam como justificação as alegadas “ações as operações antiterroristas contra o grupo Hamas”, como denominado pelo governo israelense e as Forças de Defesa de Israel (IDF).
Assim, o tribunal internacional proclamou sua jurisdição sobre os territórios da Cisjordânia, Jerusalém e da Faixa de Gaza, ocupados por Israel desde 1967.
Netanyahu, no entanto, apontou que o estado judeu não faz parte do Estatuto de Roma, a base fundadora da instituição judicial que critica, e acusou o TPI de subverter o direito de países democráticos se autodefenderem contra o terrorismo, assim como de promover a causa “dos que sabotam os esforços para a extensão do círculo da paz”.
“O TPI se recusa a investigar ditaduras brutais como o Irã e a Síria, que cometem atrocidades horríveis quase diariamente”, declarou o primeiro-ministro israelense. “Lutaremos contra essa perversão da justiça com todas nossas forças!”
Netanyahu usa uma “velha carta“, como explicou Shulamit Aloni, quando classifica a decisão do TPI como “puro antissemitismo”, iniciando um argumento que provavelmente afetará muitos israelenses que acreditam que as críticas, especialmente vindas da Europa, às políticas israelenses em relação aos à Palestina têm suas raízes no sentimento antijudaico, segundo a agência Reuters.
A decisão do TPI remove um obstáculo legal importante que impedia uma investigação completa dos supostos crimes de guerra cometidos em Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
VOCÊ SABIA?
Em dezembro de 2019 a promotora-chefe do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, abriu uma investigação sobre crimes de guerra na Cisjordânia ocupada, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza? Veja aqui.
Você sabe como se formou o Estado artificial de Israel? Sabia que os Rothschild tiveram total participação nisso e que as duas guerras mundiais beneficiaram o Sionismo Internacional? Isso foi o “Plano Balfour”. Saiba mais aqui
Israel “enviou” pedido a aliados para não ser investigado pelo TPI
Segundo o portal Axios, Tel Aviv pretende atrair “dezenas” de aliados para transmitir uma “mensagem discreta” à procuradora do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensoud, a fim de pressioná-la a não prosseguir com a investigação de alegados crimes de guerra cometidos por Israel nos territórios ocupados.
O portal citou dois funcionários israelenses que disseram que o Ministério das Relações Exteriores de Israel enviou no domingo (7) uma tabela de designação “Urgente” aos seus embaixadores em todo o mundo.
Segundo as instruções de lobby, os diplomatas israelenses devem contatar os ministros das relações exteriores e chefes de governo para lhes pedir que emitam declarações oficiais de oposição à decisão do TPI.
“Pedimos que [governos] enviem uma mensagem discreta à procuradora pedindo-lhe para não avançar com investigação e não dar a este caso uma alta prioridade”, acrescentando à nota que “vocês estão instruídos a informar aos mais altos funcionários do governo que o possível começo de investigação contra Israel vai criar uma crise contínua entre Israel e a Autoridade Palestina que impossibilitará qualquer progresso diplomático entre as partes”.
No sábado (6), as Forças de Defesa de Israel chamaram a decisão do TPI de tendenciosa, e afirmaram que continuarão protegendo a segurança israelense e dos seus cidadãos, respeitando o direito nacional e internacional.
O governo israelense rotulou a decisão do TPI como “antissemita”. Até o momento, somente EUA e Austrália se opuseram oficialmente à decisão do tribunal.
Imagine esse tipo de lobby sendo praticado por qualquer outro pais do mundo. Seria chamado de absurdo. Entretanto, o genocídio anual de palestino, somado a segregação civil e étnica, assim como as violações de tratados internacionais por parte de Israel é algo que não mais é segredo para o resto do mundo.
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